Porque saio para fotografar... já inquieta.
Tomo a direção do Jardim Botânico.
O caminho está ladrilhado de encontros. Neles procuro-me.
Palavras rabiscam figuras.
Escolho algumas para falar daquilo que já não consigo guardar.
A folha rodopia com o vento e me fez lembrar
do poema que gostaria de ter escrito - mas que não sei decifrar.
Então, o silêncio em mim é interrompido pelas
vivas vozes das plantas do parque.
As flores, os pinheiros, os carvalhos e as faias,
arbustos e ervas... tudo está a me falar.
Olho para trás e vejo uma flora inteira a me contar coisas.
Fascinada, observo a variedade de suas formas essenciais.
O canto é matizado.
A lente procura o macro, explora, experimenta.
E eu me encontro neste muro intransponível - o da emoção.
O parque... tão cheio de nós.
Metamorfose e troca.